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Desprendido!!!

A vida é formada por muitas partes. Quando nós deixamos que uma dessas partes ocupe o lugar de todas, as outras partes da nossa alma atrofiam-se. Andamos às voltas e voltas, semimortos,
sem sequer saber.
As partes da vida que nós não desenvolvemos são aquelas coisas, precisamente, que nos chamam mais claramente a tornarmo-nos mais do que aquilo que somos. É quando mergulhamos no resto
da vida que crescemos mais. Estar obcecado por alguma coisa significa limitar o nosso próprio crescimento a um momento minúsculo no tempo. Deixa-nos a respirar, mas não nos deixa vivos.
Não esqueçamos, o que nos diz a mística Teresa Margarida de Redi “nós estamos nas mãos do nosso bom Deus e Pai de todas as consolações; tudo aquilo que Ele permite também o transformará em nosso maior bem mesmo tudo aquilo que agora não compreendemos”.
A estreiteza de espírito, por exemplo, constitui um tipo de obsessão. Quando nós recusamos pensar que alguma coisa poderia ser feita de forma diferente, fechamo-nos a nós mesmos num único período da nossa vida, enquanto a nossa mente começa a criar bolor. Quando o coração é aberto, a mente é livre para alcançar o máximo do seu potencial. Quando perdemos aquilo sem o qual pensávamos não conseguir viver, somos finalmente livres.
Todos nós estamos à beira da obsessão por alguma coisa que nos fascina e cativa, e eventualmente nos defrauda. Uma das perguntas fundamentais da vida é esta: o que é que há em nós que cativa tanto a nossa alma, os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, que torna impossível a consciência do resto da vida? É essa a pergunta da qual depende o nosso amanhã. O mais difícil é que cada um de nós terá de lhe responder pessoalmente.

Marco Caldas, OCD

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