Informações

Amado?

Se nos permitirmos a nós próprios aprender com o insucesso, este torna-se um êxito específico. Deus não tem de castigar o orgulho; mas o orgulho impedir-nos-á de aprender seja com quem for. A luxúria também tornará o amor impossível. Além disso, a cobiça tornará o contentamento impossível. A ganância tornará a serenidade impossível. E a ira também tornará a paz interior impossível. Porém, tudo isso nos transmitirá uma profundidade de compreensão que nós, talvez, nunca tivéssemos alcançado de outro modo. É aquilo que nós aprendemos com os nossos fracassos que nos conduzirá a novos níveis de santidade. Cair é ter a oportunidade de começar de novo; dessa vez, mais sensatos. O fracasso não é o fim da vida; é o início de um novo modo de viver. O fracasso faz-nos chegar mais longe do que seria de esperar que fosse possível.
O fracasso é a lição que me ensina que eu não sou autossuficiente. Dá-me a oportunidade de reconhecer os dons dos outros e de depender deles. Tenhamos cuidado com a dependência da perfeição: esta, ou nos engana ou nos deita abaixo.
Pode enganar-nos fazendo-nos pensar que realmente somos “perfeitos”; ou pode provocar-nos um esgotamento, quando finalmente tivermos de admitir que não o somos.

Aprendamos a repetir como a mística Teresa do Menino Jesus:

“Viver de amor é guardar em mim
Um tesouro num vaso mortal.
Frágil sou – e muito -, meu Amado;
Não sou anjo, não sou, não!…
E o meu cair a cada passo
Traz-Te até mim a levantar-me:

É pura graça o que me dás a todo o instante: Vivo de amor!”
Quando finalmente começamos a sentir-nos confortáveis com o fracasso, somos livres para tentar tudo na vida. Na realidade, o fracasso não existe. Existe apenas a oportunidade de descobrirmos
mais acerca de nós próprios, mais acerca da caminhada para Deus, ao longo da vida.

Marco Caldas, OCD

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *