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Revive

Todos nós carregamos as coisas do passado, que determinam a forma como vivemos a vida, aquilo que pensamos acerca das coisas, como nos sentimos em relação às pessoas, como olhamos para o mundo. Eu sou parte de toda a gente com quem me encontrei desde a concepção no ventre de minha mãe.
Talvez todos nós entendêssemos melhor as outras pessoas se nos interrogássemos sobre o que terá havido no passado que nos fez chegar a este ponto. Algumas dessas coisas poderão estar a bloquear a nossa capacidade de experimentar a totalidade da vida no momento presente. Por outro lado, podem ser, justamente, aquilo que nos faz abrir a mente e o coração à vida.
A mística Maria Sacrário de São Luís Gonzaga confronta-nos com esta questão dizendo-nos que “sejamos generosos sofrendo, sofrendo tudo, se possível com alegria”.
A coisa mais triste da vida pode ser a tendência para pensar que os meus juízos presentes provêm da minha experiência atual.
Estes têm valor real agora, são resultados de atitudes bem ponderadas, são verdadeiramente racionais ou apropriados ao dia de hoje. Fazer isso significa congelarmo-nos no tempo. Decidir que ideias devemos levar por diante na vida determina que tipo de pessoa acabaremos por ser no fim: reacionária – o tipo de pessoa que confia no Deus de ontem, mas não no Deus de amanhã; revolucionária – o tipo de pessoa que acredita que o nosso Deus criador continua a criar aquilo de que nós precisamos através dos tempos.
O importante é recordar que as memórias são apenas sinais daquilo que é possível, conferem-me uma sensação de possibilidade, não uma garantia de nada. O crescimento pessoal é a capacidade de as pormos à prova.

Marco Caldas, OCD

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